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“The Athlete’s Heart—Challenges and Controversies: JACC Focus Seminar 4/4”

O artigo “The Athlete’s Heart—Challenges and Controversies: JACC Focus Seminar 4/4” aborda um tema crucial no esporte e na cardiologia: os efeitos do exercício intenso no coração de atletas. Publicado no Journal of the American College of Cardiology (JACC), o estudo examina como o exercício regular e extremo remodela estrutural, funcional e eletricamente o coração, além de explorar os riscos potenciais, as influências genéticas e as diferenças entre os sexos.

Principais Destaques:

1. Remodelação Cardíaca Induzida pelo Exercício:

• Exercícios intensos aumentam o tamanho das câmaras cardíacas e a espessura das paredes do coração, especialmente em esportes de resistência como ciclismo e maratona.
• Essa adaptação é geralmente benéfica, permitindo maior volume sistólico e débito cardíaco.

2. Riscos de Arritmias:

• Apesar dos benefícios, a remodelação pode predispor alguns atletas a condições como fibrilação atrial (FA) e outras arritmias ventriculares.
• Existe um debate sobre se esses riscos decorrem do exercício extremo, predisposição genética ou ambos.

3. Influências Genéticas e Ambientais:

• Diferenças individuais na remodelação cardíaca podem estar associadas a predisposições genéticas ou fatores ambientais, como o tipo de treinamento, dieta e idade.

4. Diferenças entre Sexos:

• Mulheres apresentam adaptações cardíacas diferentes dos homens, com menor espessura de parede ventricular e menos alterações no eletrocardiograma (ECG).
• Há uma lacuna significativa de pesquisa envolvendo atletas do sexo feminino.

5. Coração do Atleta vs. Patologias:

• A sobreposição fenotípica entre o coração de atleta e doenças cardíacas, como cardiomiopatia hipertrófica (HCM) ou arritmogênica (ARVC), pode dificultar diagnósticos precisos.

Pilares de Discussão:

1. Limites da Remodelação Cardíaca:

Quando a adaptação deixa de ser fisiológica e se torna patológica? Estudos longitudinais são necessários para entender as implicações de remodelações extremas, como frequências cardíacas abaixo de 30 bpm ou volumes ventriculares muito elevados.

2. Regressão da Remodelação:

A reversibilidade das alterações cardíacas com a interrupção do treinamento é variável. Estudos mostram que parte da dilatação cardíaca pode persistir por décadas, levantando questões sobre sua natureza benigna.

3. Diferenças entre Esportes:

A remodelação varia de acordo com a carga hemodinâmica do esporte (intensidade x duração). Esportes de resistência geram maior remodelação do que esportes de força.

4. Mulheres no Esporte:

Mulheres são menos representadas em estudos de cardiologia esportiva, criando uma lacuna no entendimento sobre os efeitos do exercício no coração feminino e os riscos cardiovasculares específicos.

Implicações Clínicas:

• Avaliação de Riscos: Sintomas ou sinais anormais em atletas devem ser investigados com cautela, considerando a complexidade do coração do atleta.
• Diagnósticos Diferenciais: Diferenciar adaptações normais de doenças cardíacas é essencial, especialmente em casos de dilatação ou hipertrofia ventricular.
• Importância da Pesquisa: Estudos futuros devem abordar lacunas envolvendo sexo, genética e fatores ambientais para oferecer cuidados mais precisos e inclusivos.

Conclusão:

O coração do atleta é um exemplo fascinante de adaptação fisiológica, mas pode apresentar desafios diagnósticos e riscos potenciais. Embora a prática esportiva esteja associada a benefícios à saúde e maior longevidade, é crucial entender os limites e riscos da remodelação cardíaca. Avanços em medicina de precisão e genética prometem melhorar a segurança e a eficácia do esporte para todos.

Colaborador: Me. Mauricio Beitia Kraemer, MD.

Baje el artículo completo en: JACC

Publicado en: 04/10/2022. DOI: 10.1016/j.jacc.2022.07.014

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